segunda-feira, 13 de abril de 2009

"A Pipa e a Flor"

Olá amigos, tudo bem?

Estou de volta...e hoje, especialmente com um texto do qual gosto muito. Na verdade é um livro de Rubem Alves, de quem também sou fã. É impressionante como nos apercebemos de tantas coisas, quando paramos para ler. Realmente,como dizia Drummond, "as palavras têm a chave"...Não dá para nos fecharmos a tanta evidência, não é? Por mais que queiramos, quando a palavra nos toca, é inivitável a reflexão e quiçá...as ações que dela deverá resultar.
Quero muito comapartilhar com vocês esse texto, que na minha opinião é sensacional:

A pipa e a flor

Poucas pessoas conseguiram definir tão bem os caminhos do amor como
Rubens Alves, numa fábula surpreendente, cujos personagens são uma pipa
e uma flor.

A história começa com algumas considerações de um personagem que
deduzimos ser um velho sábio. Ele observa algumas pipas presas aos fios
elétricos e aos galhos das árvores e sente-se triste por vê-las nesta
condição: porque as pipas foram feitas para voar! Ele acrescenta que as
pessoas também precisam ter uma pipa solta dentro delas para serem
boas. Mas aponta um fator contraditório: Para voar, a pipa tem que estar presa numa linha e a outra ponta da linha precisa estar segura na mão de alguém. Poder-se-ia pensar que, cortando a linha, a pipa pudesse voar mais alto, mas não é assim que acontece. Se a linha for cortada, a pipa começa a cair.

Em seguida, ele narra a história de um menino que confeccionou uma pipa. Ele estava tão feliz, que desenhou nela um sorriso. Todos os dias, ele empinava a pipa alegremente. A pipa também se sentia feliz e, lá do alto, observava a paisagem e se divertia com as outras pipas que
também voavam.
Um dia, durante o seu vôo, a pipa viu lá embaixo uma flor e ficou encantada, não com a beleza da flor, porque ela já havia visto outras até mais bonitas, mas alguma coisa nos olhos da flor a havia
enfeitiçado. Resolveu, então, romper a linha que a prendia à mão do menino e dá-la para a flor segurar. Quanta felicidade ocorreu depois! A flor segurava a linha, a pipa voava; na volta, contava para a flor tudo o que vira.

Acontece que a flor começou a ficar com inveja e ciúme da pipa. Invejar é ficar infeliz com as coisas que os outros têm e nós não temos; ter ciúme é sofrer por perceber a felicidade do outro quando a gente não está perto. A flor, por causa dessses dois sentimentos, começou a pensar: se a pipa me amasse mesmo, não ficaria tão feliz longe de mim...
Quando a pipa voltava de seu vôo, a flor não mais se mostrava feliz... estava sempre amargurada, querendo saber com o que a pipa estivera se divertindo. A partir daí, a flor começou a encurtar a linha, não permitindo à pipa voar alto. Foi encurtando a linha... até que a pipa só podia mesmo sobrevoar a flor.

Esta história, segundo o autor, ainda não terminou e está acontecendo em algum lugar neste exato momento.
Há três finais possíveis para ela:
1. A pipa, cansada pela atitude da flor, resolveu romper a linha e procurar uma mão menos egoísta
2. A pipa, mesmo triste com a atitude da flor, decidiu ficar... mas nunca mais sorriu
3. A flor, na verdade, estava enfeitiçada... e o feitiço se quebraria no dia em que ela visse a felicidade da pipa e não sentisse inveja ou ciúme. Isso aconteceu num belo dia de sol e a flor se transformou em uma linda borboleta e as duas voaram juntas...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Coelhinho da Páscoa que trazes para mim...????"

Caros amigos,

Todo tempo é tempo de renovação, de reflexão, de solidariedade. Marcar algumas datas, imortalizar costumes talvez seja uma das formas de sempre nos lembrar do que estamos "nos esquecendo"...parece engraçado na forma de escrever, mas muito real na de sentir.
Que todos os "coelhos" do mundo tragam além dos ovos tudo de bom, que nos lembremos e realizemos os "ajustes" do que precisamos repensar...
De quebra...um ppt muito lindo para nós nos deliciarmos (tem até gosto de chocolate...acreditem!!!)





Até mais...
Taninha

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Literatura nos faróis


Olá, amigos...

Fiquei imensamente feliz ao ler a reportagem que publico abaixo. São "atitudes" que mudarão os rumos desta nação. Não há como negar, educação se faz por meio de atitude, estímulo também. Vejam que idéia fantástica:





Vale mais que um trocado


Ambulantes, pedintes e moradores de rua não esperam só por dinheiro dos motoristas parados no sinal vermelho. Sem pagar pra ver, eu vi

Rodrigo Ratier (rodrigo.ratier@abril.com.br)
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"Dinheiro eu não tenho, mas estou aqui com uma caixa cheia de livros. Quer um?" Repeti essa oferta a pedintes, artistas circenses e vendedores ambulantes, pessoas de todas as idades que fazem dos congestionamentos da cidade de São Paulo o cenário de seu ganha-pão. A ideia surgiu de uma combinação com os colegas de NOVA ESCOLA: em vez de dinheiro, eu ofereceria um livro a quem me abordasse - e conferiria as reações. Para começar, acomodei 45 obras variadas - do clássico Auto da Barca do Inferno, escrito por Gil Vicente, ao infantil divertidíssimo Divina Albertina, da contemporânea Christine Davenier - em uma caixa de papelão no banco do carona de meu Palio preto. Tudo pronto, hora de rodar. Em 13 oferecimentos, nenhuma recusa. E houve gente que pediu mais.
Nas ruas, tem de tudo. Diferentemente do que se pode pensar, a maioria dessas pessoas tem, sim, alguma formação escolar. Uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, realizada só com moradores de rua e divulgada em 2008, revelou que apenas 15% nunca estudaram. Como 74% afirmam ter sido alfabetizados, não é exagero dizer que as vias públicas são um terreno fértil para a leitura. Notei até certa familiaridade com o tema. No primeiro dia, num cruzamento do Itaim, um bairro nobre, encontrei Vitor*, 20 anos, vendedor de balas. Assim que comecei a falar, ele projetou a cabeça para dentro do veículo e examinou o acervo: - Tem aí algum do Sidney Sheldon? Era o que eu mais curtia quando estava na cadeia. Foi lá que aprendi a ler. Na ausência do célebre novelista americano, o critério de seleção se tornou mais simples. Vitor pegou o exemplar mais grosso da caixa e aproveitou para escolher outro - "Esse do castelo, que deve ser de mistério" - para presentear a mulher que o esperava na calçada. Aos poucos, fui percebendo que o público mais crítico era formado por jovens, como Micaela*, 15 anos. Ela é parte do contingente de 2 mil ambulantes que batem ponto nos semáforos da cidade, de acordo com números da prefeitura de São Paulo. Num domingo, enfrentava com paçocas a 1 real uma concorrência que apinhava todos os cruzamentos da avenida Tiradentes, no centro. Fiz a pergunta de sempre. E ela respondeu: - Hum, depende do livro. Tem algum de literatura?, provocou, antes de se decidir por Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. As crianças faziam festa (um dado vergonhoso: segundo a Prefeitura, ainda existem 1,8 mil delas nas ruas de São Paulo). Por estarem sempre acompanhadas, minha coleção diminuía a cada um desses encontros do acaso. Érico*, 9 anos, chegou com ar desconfiado pelo lado do passageiro:
- Sabe ler?, perguntei.

- Não..., disse ele, enquanto olhava a caixa. Mas, já prevendo o que poderia ganhar, reformulou a resposta:

- Sim. Sei, sim.

- Em que ano você está?

- Na 4ª B. Tio, você pode dar um para mim e outros para meus amigos?, indagou, apontando para um menino e uma menina, que já se aproximavam.

Mas o problema, como canta Paulinho da Viola, é que o sinal ia abrir. O motorista do carro da frente, indiferente à corrida desenfreada do trio, arrancou pela avenida Brasil, levando embora a mercadoria pendurada no retrovisor. Se no momento das entregas que eu realizava se misturavam humor, drama, aventura e certo suspense, observar a reação das pessoas depois de presenteadas era como reler um livro que fica mais saboroso a cada leitura. Esquina após esquina, o enredo se repetia: enquanto eu esperava o sinal abrir, adultos e crianças, sentados no meio-fio, folheavam páginas. Pareciam se esquecer dos produtos, dos malabares, do dinheiro... - Ganhar um livro é sempre bem-vindo. A literatura é maravilhosa, explicou, com sensibilidade, um vendedor de raquetes que dão choques em insetos. Quase chegando ao fim da jornada literária, conheci Maria*. Carregava a pequena Vitória*, 1 ano recém-completado, e cobiçava alguns trocados num canteiro da Zona Norte da cidade. Ganhou um livro infantil e agradeceu. Avancei dois quarteirões e fiz o retorno. Então, a vi novamente. Ela lia para a menininha no colo. Espremi os olhos para tentar ver seu semblante pelo retrovisor. Acho que sorria.

* os nomes foram trocados para preservar os personagens.

http://revistaescola.abril.uol.com.br/gestao-escolar/diretor/vale-mais-trocado-432764.shtml

Que forma interessante de dar muito mais que "esmolas", não acham? Adorei!

Até a próxima!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

De onde vem??!!!

Olá, Pessoal...

Depois de alguns dias fora, estou retornando com a "corda toda" para seguir a nossa caminhada letiva...rs Lendo mil coisas por aí, encontrei uma curiosidade muito interessante, vejam só:



"Chorar as pitangas..."




Em sua história, o Brasil se comportou como um rico mosaico de culturas onde influências diversas deram origem às várias facetas que hoje tentam definir a figura do brasileiro. Sem dúvida, é praticamente impossível alegar que nosso país seja portador de uma “cultura pura”.
Povos oriundos das mais diversas partes do mundo deixaram aqui sua marca, compondo a formação de um amplo leque de hábitos, gestos e expressões que não reconhecem nenhum tipo de limitação.No início do processo de colonização, apesar das várias situações de conflito, portugueses e indígenas estabeleceram um contato empreendedor de diversas trocas culturais. Com esse respeito, alguns historiadores chegam a levantar a hipótese de que as dificuldades enfrentadas pelos colonos lusitanos seriam bem maiores caso não buscassem os saberes acumulados pelas sociedades indígenas que há séculos desbravaram o território.De fato, o desafio de se adaptar a um espaço desconhecido deve ter feito muitos colonos “chorar lágrimas de sangue”. No entanto, se um português fosse se queixar a um indígena por meio dessa expressão gastaria certo tempo para que essa metáfora fizesse algum sentido para o nativo.
É justamente aí que o contato entre esses dois mundos distintos, no caso, indígena e português, possibilitou a criação de novas expressões que perpetuaram em nosso cotidiano.Segundo a indicação de algumas pesquisas, como a do folclorista Câmara Cascudo, o termo “chorar as pitangas” foi cunhado por meio desse contato entre culturas diferentes. No caso, o “sangue” que compunha a expressão lusitana foi substituído por “pitanga”, que significa “vermelho” na língua tupi. Dessa forma, o termo acabou fazendo alusão à uma lamentação extensa, onde o reclamante passaria chorando até ficar com seus olhos avermelhados.Foi assim que uma nova expressão foi desenhada para reclamar das várias intempéries ocorridas durante o longo e difícil processo de dominação do território brasileiro. Não se limitando ao passado colonial, ainda temos muitas pessoas que admitem “chorar suas pitangas” quando algum tipo de contratempo .

Por Rainer SousaGraduado em História


Equipe Brasil Escola


http://www.brasilescola.com/curiosidades/chorar-as-pitangas.htm


Muito legal não acham? Eu adorei !!!!
Beijos...até mais